Tuesday, April 14, 2009

Holbox, refúgio de piratas


Ruben Obadia*


Perto de um dos maiores destinos turísticos do México (Cancún), a ilha de Holbox permanece desconhecida para a maioria dos turistas. E é isso que lhe confere o encanto…É um dos segredos mais bem guardados do México e não é para menos.


A ilha de Holbox é um pequeno paraíso com 43 quilómetros de comprimento e um de largura, onde impera areia branca e fina, banhada pelas plácidas águas quentes do Golfo do México.O sucesso de destinos como Cancún e Riviera Maia explicam em parte o facto de Holbox ter permanecido, até agora, longe dos holofotes da ribalta, num obscurantismo que a salvou de ser destruída pelos grandes projectos turístico-imobiliários. Holbox, é pronunciado Holbosh, já que o ‘x’ em língua Maia lê-se ‘sh’, e situa-se na ponta norte da Península do Iucatão. Depois de três horas de carro chega-se a Chinquilla, uma pequena cidade situada no continente, de onde parte o ferry para a ilha ou, em alternativa, se pode alugar um táxi-barco. Vinte minutos volvidos, após atravessar a lagoa Yalahao, eis-nos chegados ao paraíso.

Holbox tem cerca de 1600 habitantes, a maioria pescadores, e muitos deles descendentes de casamentos entre piratas, que fundaram a ilha, e Maias da região. Portanto, não espere encontrar uma aldeia sofisticada. Pelo contrário, as estradas são em areia, todas convergindo para uma praça central onde existe um campo de basquetebol, que parece ser o desporto mais popular da ilha. Carros também não há, sendo que os únicos veículos permitidos em Holbox, para além de bicicletas e motociclos, são os carrinhos de golfe.Chegar à Ilha de Holbox é como recuar no tempo até aos anos 50 ou 60. Aliás, andar de relógio é totalmente despropositado, já que o tempo deixa de fazer sentido. Não há discotecas ou bares, a caixa de multibanco mais próxima situa-se a 200 quilómetros, e apenas uma dezena de restaurantes satisfazem as necessidades dos poucos turistas que se aventuram pela ilha. Entre eles o mais conhecido é o Edelyn, pelas suas pizzas de lagosta, embora o Viva Zapata seja bem mais típico e agradável.Ao nível do alojamento as opções não são muitas mas todas são localizadas junto ao mar. E quando se lê junto ao mar, entenda-se a cinco metros da água! Nada de grandes resorts ou edifícios com mais de um andar. Apesar das limitações a ilha consegue oferecer de tudo, para todos os gostos e para todas as carteiras. Desde o chique discreto da Casa las Tortugas, com cabanas construídas de acordo com as tradições locais, as Palapas, ao Hotel Casa Sandra com um Spa holístico.

Depois de instalados começa a verdadeira aventura. E que aventura é essa? Não fazer absolutamente nada! Este é o destino ideal para quem quer fugir ao stress das grandes cidades, longe das hordes de turistas, e da tecnologia das sociedades modernas - rede de telemóvel só em alguns locais da ilha. Mas apesar de ser uma pequena ilha, Holbox é bastante heterogénea. Se do lado direito situa-se a maioria dos pequenos hotéis, o lado esquerdo surpreende pelo isolamento, onde se pode caminhar nas águas cristalinas e quentes durante mais de um quilómetro sempre com água pela cintura. Se caminhar não faz parte dos seus planos de férias a opção é alugar um pequeno carro de golfe e fazer-se à estrada. Perdão, à areia…

As actividadesde Holbox

Ao fim do segundo dia de praia é natural que seja acometido por um sentimento de pânico, tal a bonomia em que está mergulhado. E é mesmo no mergulho que está a salvação. O símbolo de Holbox bem poderia ser o tubarão-baleia - aqui conhecido por tubarão dominó -, tal a quantidade de anúncios a excursões para mergulhar junto ao maior peixe dos oceanos. A uma hora e meia de barco da ilha chega-se a um dos poucos locais no mundo onde é possível fazer snorkling junto a estes simpáticos gigantes. São às dezenas, com as suas bocas a sulcar a linha de água, em círculos lentos e estudados. E mergulhar requer alguma coragem inicial, logo ultrapassada pela emoção de nadar lado a lado com o tubarão-baleia ou ser surpreendido pela vizinhança de uma manta gigante.A ilha dos pássaros é outro dos locais a não perder. Situada a apenas meia hora de barco é, como o nome indica, um autêntico santuário de pássaros, albergando mais de 155 espécies. Ali é possível avistar flamingos, pelicanos, patos, entre muitos outros. No entanto, é estritamente proibido passear na ilha, tal a fragilidade do ecossistema, existindo alguns miradouros e passadiços em madeira onde os amantes de ‘bird watching’ podem tirar a barriga da miséria.Outra ilha a merecer uma visita é a Ilha da Paixão, a cerca de 15 minutos de barco da ilha-mãe. O nome já diz tudo e é só imaginar uma pequena ilha deserta de areias brancas, a sombra de palmeiras, e o barulho melodioso dos inúmeros pássaros, únicos habitantes do local. Os amantes da pesca encontram também em Holbox uma resposta às suas preces, sendo usual assistir à exposição dos troféus - barracudas, garoupas, entre outras espécies - na pequena doca de madeira da ilha.Enfim, a ilha de Holbox pode muito bem ser o local de férias preguiçosas ou, num abrir e fechar de olhos, ser o local ideal para quem procura desportos de mar e aventura. Mas para quem deseja um pacote mais completo, o conselho é combinar Holbox com Riviera Maya, de onde poderá partir à descoberta das ruínas de Tulum, a Sul da Praia del Cármen, ou explorar a impressionante zona arqueológica de Coba.Mas vamos por pontos. Se na chegada a Cancún se aconselha pernoitar na cidade antes de partir à descoberta de Holbox, no regresso da ilha para uns dias mais ‘civilizados’ na Riviera Maia é imperativa uma passagem por Coba.

O esplendor da Riviera Maya

A cerca de 50 quilómetros a sul do aeroporto internacional de Cancún começa verdadeiramente a Riviera Maya, com a cosmopolita Praia del Carmen, nome dado em honra da Nossa Senhora do Monte Carmelo, patrona da cidade de Cancún. Com pouco mais de 100 mil habitantes, a Praia del Carmen tem uma notória influência europeia, fruto dos muitos europeus que a escolheram para viver, e é um ponto de partida para viver as inúmeras experiências da Riviera. Quer seja para se fazer ao mar, rumo à ilha de Cozumel, num dos muitos barcos que partem a toda a hora do porto de Calica, quer para simplesmente usufruir das inúmeras praias onde a areia branca e o mar azul-turquesa domina. Mas é a partir do fim da tarde que a Praia del Carmen surpreende os recém-chegados, já que é a altura em que tanto locais como turistas confluem para a Quinta Avenida e avenidas paralelas. Aqui é possível ouvir desde americano a norueguês, passando pelo russo, o espanhol ou mesmo o japonês. E é ver a infinidade de lojas de grife, de pequenas bancas onde o artesanato domina, ou da oferta gastronómica pronta a satisfazer todos os apetites e bolsas. E por falar em comida, o destaque vai inteirinho para o restaurante Yaxche Maya Cuisine, onde se saboreiam vários pratos inspirados nas tradições culinárias dos maias, além de várias entradas baseadas na comida tradicional Yucateca.Ao nível do alojamento a oferta é verdadeiramente variada, embora a opção recaía invariavelmente nos inúmeros resorts tudo incluído que se estendem a sul até à cidade de Felipe Carrillo Puerto. A nossa escolha foi para o Grand Palladium Riviera Resort, um impressionante complexo hoteleiro situado a apenas 20 minutos da Praia del Carmen e implantado nuns impressionantes 1,2 milhões de metros quadrados. No total o resort oferece 454 quartos, dos quais 360 suites juniores, 72 suites e 22 ‘suítes maias’, seis restaurantes e um sem número de actividades. A pensar exclusivamente nos adultos, o Grand Palladium Riviera reservou uma área, a que designou “Suites Royal”, num conjunto de 130 quartos exclusivos situados à beira de um dos lagos no local.Mas se quer fugir dos grandes resorts há também hotéis de charme na própria Praia del Carmen, para além de pequenas unidades mais charmosas situadas ao longo da costa.Inevitável é visitar o Parque eco-arqueológico de Xcaret. Além dos vestígios arqueológicos, das actividades aquáticas, da riqueza da fauna e da flora, é possível assistir a um espectáculo (acompanhado de jantar) em que o espectador experimenta toda a riqueza cultural e folclórica do México. Se ainda sobrar tempo, um salto a Xel-Ha, um verdadeiro aquário a céu aberto, é também uma experiência inolvidável.E já em tempo de contagem decrescente para regressar, uma manhã de experiências no Rancho Punta Venado é certamente a cereja no topo do bolo.


* O Publituris agradece ao Grupo Orizonia Portugal, à Oficina de Turismo do México e à Fideicomiso de Promocion Turística de la Riviera Maya

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